A palavra homilia é de origem grega e significa conversa familiar. Desde os tempos de Jesus, era costume, na sinagoga, após a leitura do texto bíblico, alguém levantar-se a fim de explicar o sentido da passagem lida. Lembremos aquela vez em que o próprio Jesus tomou o livro e leu a passagem de Isaías 60,1-2: “O Espírito do Senhor está sobre mim…”. Logo em seguida, fechou o livro e disse: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que vocês acabaram de ouvir” (Lc 4,21). Era uma espécie de homilia, isto é, a aplicação da palavra de Deus à realidade dos ouvintes. Outra ocasião foi quando Jesus acompanhou os discípulos de Emaús, que voltavam tristes para sua aldeia. E “explicou-lhes o que dizia respeito a ele em todas as Escrituras, começando por Moisés e percorrendo todos os Profetas” (Lc 24,27).
No século II, São Justino atesta que existia a prática da homilia: “Quando o leitor tiver terminado, o presidente dirige a palavra aos presentes para exortá-los à imitação de tão belos ensinamentos”. Com isso, vai se aclarando a função da homilia. Trata-se de retomar a palavra de Deus proclamada na celebração e aplicá-la à realidade atual e às necessidades da assembleia.
A homilia é considerada parte integrante da liturgia, a ponto de ser obrigatória “nos domingos e dias de festa”. A Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 66, orienta: “Aos domingos e festas de preceito haja homilia, não podendo ser omitida a não ser por motivo grave, em todas as missas celebradas com participação do povo”.
Orientações práticas:
É necessário que a homilia seja preparada. Não se pode improvisá-la. Então, quem faz a homilia precisa conhecer antecipadamente os textos bíblicos que serão proclamados na celebração, e refletir atentamente sobre eles.
Ao preparar e proferir a homilia, o pregador deixe-se conduzir pelo Espírito Santo. Deus vem com sua graça, e a pessoa colabora mediante os próprios dons.
Para o bom resultado de uma homilia, recomenda-se ao pregador utilizar linguagem compreensível aos ouvintes. Evite, portanto, o uso de palavras difíceis ou muito técnicas, isto é, termos próprios de uma área específica, como a medicina, o direito, a teologia…
Quanto à duração, o papa Francisco, na Evangelii Gaudium (A Alegria do evangelho), recomenda que a homilia seja breve e não assuma a forma de conferência ou aula (cf. nº 138).
Cabe ao pregador ser criativo para apresentar sua mensagem. Para isso, pode lançar mão de imagens, dinâmicas, comparações (Jesus usava parábolas), e de meios técnicos (projetor, por exemplo), para facilitar a transmissão e a compreensão do conteúdo.
Por essas indicações, deixa-se claro que a homilia não se presta para desabafo ou bronca do pregador; tampouco é ocasião para discursos políticos ou campanha em vista de construção e reforma de igrejas.
Aos que desejarem aprofundar o tema sobre a homilia e sua importância na celebração litúrgica, recomendo a leitura da Exortação Apostólica do papa Francisco, Evangelii Gaudium, a partir do número 135.
Fonte: https://www.paulus.com.br/portal/a-importancia-da-homilia-na-celebracao-liturgica/
Deus presente em todo lugar.
NÃO É O LUGAR QUE IMPORTA… Aquele velho sacerdote estudou em Roma, fez Doutorado, foi pároco em diferentes paróquias e, trabalhou nas missões nacionais e internacionais. Quando perguntado quem queria ir para aquela pequena e esquecida cidade do interior na Reunião do Clero, ninguém se aventurou a levantar a mão. De repente uma mão surge no meio dos clérigos! Aquele homem queria ir. Todos assombrados que ele, um homem de sua vergadura queria ir para aquele lugar distante de tudo! E foi… lá ficou muitos anos. Um novo superior chegou e foi visitar o velho padre. Longe era o lugar, um difícil acesso e com temperaturas altas. Ao ver o padre, como vivia e como era: casa simples, jeito simples, vestes simples e um sorriso bem latente. Igreja belíssima, zelo pelo sagrado e profundo amor ao povo. O superior não se conteve e teve de perguntar ao padre: – Como pode um homem com seu currículo, anos estudando em Roma, pároco de diferentes paróquia por tanto tempo, homem com tantos títulos, ter vivido tantos anos neste lugar? O padre, com um largo sorriso e delicadeza, respondeu: – Excelência, aprendi duas coisas na vida: Lá Jesus estava, aqui Ele também está! Lá eu vivia pobre, aqui também eu vivo pobre! Não é o lugar! Não são as pessoas! Somos nós e o nosso coração. Se o damos a Deus e para Ele confiamos nossa vida, Ele tudo fará! E de resto não importará onde estamos, não importará nossos bens ou nossos títulos, o que realmente importará é o amor que ofereceremos aos outros. O superior em silêncio ficou meditando e apenas abraçou aquele padre. Rezemos pela perseverança de nossos padres!